quinta-feira, 31 de março de 2011

resignificando

raio, vagalume
primeira estrela
uma noite cheia

pedrinhas de gelo
nesse calor
chuva também é amor

lá o sol vai
ali a lua vem
e você nem isso

dente de leite
marfim
e começo de gente

até onde a vista alcança
tudo pertinho
a quilômetros de distância

saudade moderna

Uma saudade é do tempo que andávamos juntos, era um verdadeiro temporal, mas estávamos sempre juntos. Outra saudade é do tempo que inda nem te conhecia e simplesmente eu desejava estar sozinho. Era tão bom, era tão calmo, tão feliz. Uma terceira saudade é completamente inesperada para mim ela pega um tempo que, absolutamente, eu não vivi e que tenho saudade. Nessa saudade não tem você, não tem ninguém, não tem recordação, na verdade ela tem uns traços que eu não sei dizer de onde vem.
É uma saudade moderna, não tem tempo, não tem hora, nem a mínima lógica. É agora! Acontece no momento e ai de quem não se toca ela tem a propriedade de não retroceder, quanto bate atordoa: que é isso?! Que é isso?! E no entanto é isso mesmo... parece que é esperança até que dói...
É uma saudade perfeita, com alegria, sofrimento só que bem mais moderna. É a glória! Eu não sei como explicar, mas essa saudade é a glória, ela incide sobre um tempo que não cabe na história, escapa da consciência e se projeta pra fora.

as aventuras do espírito

Andando por aí eu encontrei o espírito que anda, que vinha caminhando juntamente com o espírito de porco, que disse não estar eu sacando o espírito da coisa, e nunca mais eu encontrei a minha paz de espírito.

Voando num boeing encontrei outro espírito que voa, voando a mil por hora juntamente com o pai e a mãe, o filho e o espírito santo, que disse não estar eu voando de espírito tranqüilo e nunca mais eu encontrei o meu estado de espírito.

Cantando por aí que encontrei os espíritos que tocam, que vinham caminhando juntamente com os espíritos que cantam disseram não estar eu cantando como cantam os cantores e foi assim que encontrei o meu espírito crítico.