quinta-feira, 2 de agosto de 2012

é preciso calma para expandir

como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? enquanto eu imaginar que deus é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. eu, que nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de deus. eu que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. porque eu que de mim só consegui me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta do que eu. porque enquanto eu amar a um deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha maior não se fará. enquanto eu inventar deus, ele não existe.

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talvez eu não possa olhar o 'sapo' enquanto não olhar sem lividez esta minha alma que é apenas contida. talvez eu tenha que chamar de mundo esse meu modo de ser um pouco de tudo.