terça-feira, 11 de setembro de 2012

there are no birds flying


In the morning it's rainning
Well i'm reading Leminski
And listening Freddie King
She is sleeping sweet sleep my girl
The children are jumping like hell
Someone is ringing outside the bell
The telephone is ringing ringing ringing
She is dreaming pssst do not disturb my girl
On the TV somebody singing with swing
Zero zero seven against gold finger
007 against gold finger
On the TV somebody singing with swing
A flower is dancing it's raining
Well my book is very interesting
I'm looking at sky
There are no birds flying
But the airplanes but airplanes
Someone keeps on singing
Someone keeps on singing
Zero zero seven against gold finger
007 against gold finger
On the TV somebody singing with swing
engraçado, acabo de pensar que já fazem seis anos que a música e poesia desse cara permeia minhas histórias de vida. o mais louco é que o tempo vai passando e sempre rola uma coisa nova pra passar a fazer sentido; um verso, um instrumento... ai, os namoros poéticos.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

é preciso calma para expandir

como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? enquanto eu imaginar que deus é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. eu, que nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de deus. eu que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. porque eu que de mim só consegui me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta do que eu. porque enquanto eu amar a um deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha maior não se fará. enquanto eu inventar deus, ele não existe.

***

talvez eu não possa olhar o 'sapo' enquanto não olhar sem lividez esta minha alma que é apenas contida. talvez eu tenha que chamar de mundo esse meu modo de ser um pouco de tudo.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

talk about love


se eu não tivesse com afta cantaria igual, até com o atrapalhandinho do começo

and that's the biggest joke of all

música foda, esse álbum todo na real


so satisfied leave without a trace
you taught me doubt, still you do it again
and its high, high time I found myself on the road
educate myself til it hurts
and it's high, high time I satisfy what it takes
it all just seams so differently
that's the biggest joke of all
you know it's the biggest joke of all
and it's high time I recognized
to do it again, it's growing outside my walls
I can't do it when I'm dead, I can't tell you anything at all
and that's the biggest joke of all
you know its the biggest joke of all

terça-feira, 26 de junho de 2012

banguela, que rico



linda desdentada passarinha roca

para quem quer


invento mais que a solidão me dá

quinta-feira, 14 de junho de 2012

quebro o ovo e o ovo nunca existiu




Pego mais um ovo na cozinha, quebro-lhe casca e forma. E a partir deste instante exato nunca existiu um ovo. É absolutamente indispensável que eu seja uma ocupada e uma distraída. Sou indispensavelmente um dos que renegam. Faço parte da maçonaria dos que viram uma vez o ovo e o renegam como forma de protegê-lo. Somos os que se abstêm de destruir, e nisso se consomem. Nós, agentes disfarçados e distribuídos pelas funções menos reveladoras, nós às vezes os reconhecemos. A um certo modo de olhar, a um jeito de dar a mão, nós nos reconhecemos e a isto chamamos amor. E então não é necessário o disfarce: embora não se fale, também não se mente, embora não se diga a verdade também não é necessário dissimular. Amor é quando é concedido participar um pouco mais. Poucos querem o amor, porque amor é a grande desilusão de tudo o mais. E poucos suportam perder todas as outras ilusões. Há os que se voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor. E não é prêmio, por isso não envaidece, amor não é prêmio, é uma condição concedida exclusivamente para aqueles que, sem ele, corromperiam o ovo com a dor pessoal. Isso não faz do amor uma exceção honrosa; ele é exatamente concedido aos maus agentes, àqueles que atrapalhariam tudo se não lhes fosse permitido adivinhar vagamente.
A todos os agentes são dadas muitas vantagens para que o ovo se faça. Não é o caso de se ter inveja pois, inclusive algumas das condições, piores do que as dos outros, são apenas as condições ideais para o ovo. Quanto ao prazer dos agentes, eles também o recebem sem orgulho. Austeramente vivem todos os prazeres: inclusive é o nosso sacrifício para que o ovo se faça. Já nos foi imposta, inclusive, uma natureza toda adequada a muito prazer. O que facilita. Pelo menos torna menos penoso o prazer.
Há casos de agentes que se suicidam: acham insuficientes as pouquíssimas instruções recebidas, e se sentem sem apoio. Houve o caso agente que revelou publicamente ser agente porque lhe foi intolerável não ser compreendido, e ele não suportava mais não ter o respeito alheio: morrei atropelado quando saía de um restaurante. Houve um outro que nem precisou ser eliminado: ele próprio se consumiu lentamente na revolta, sua revolta veio quando ele descobriu que as duas ou três instruções recebidas não incluíam nenhuma explicação. Houve outro, também eliminado, porque achava que "a verdade deve ser corajosamente dita", e começou em primeiro lugar a procurá-la; dele se disse que morreu em nome da verdade, mas o fato é que ele estava apenas dificultando a verdade com sua inocência; sua aparente coragem era tolice, e era ingênuo o seu desejo de lealdade, ele não compreendera que ser leal não é coisa limpa, ser leal é ser desleal para com todo o resto. Esses casos extremos de morte não são por crueldade.  É que há um trabalho, digamos cósmico, a ser feito, e os casos individuais infelizmente não podem ser levados em consideração. Para os que sucumbem e se tornam individuais é que existem as instituições, a caridade, a compreensão que não discrimina motivos, a nossa vida humana enfim.